quinta-feira, 31 de maio de 2012

E a essa altura... um curso de filosofia! Era só o que faltava!

Na semana passada, a palestrante na aula inaugural, e nossa futura mestra, já comentava os possíveis olhares de desconfiança que receberíamos de nossos amigos, frente à notícia de que estamos matriculados num curso de "Filosofia à Maneira Clássica".
Esta percepção é compartilhada, e se tornou motivo de brincadeiras, entre todos os que conheci na Nova Acrópole (www.nova-acropole.org.br), uma associação cultural internacional, sem fins lucrativos, que dissemina cultura, o voluntariado e a filosofia.
E, para dizer a verdade, foi apenas ontem, após a primeira aula com a nova turma, que eu mesmo percebi o porquê decidi dedicar todas as noites de quarta-feira, e muitas horas de leituras, pelos próximos cinco meses! Ontem à noite, após duas horas de diálogo, pude perceber o quanto tenho para aprender!
Hoje, no atual período de nossa história, tanto como pessoas quanto sociedade, é mais do que oportuno resgatar alguns temas, como ética e moral... Conceitos que estão caindo na banalidade, utilizados de maneira quase irresponsável por pessoas que dispõem de muito espaço na mídia, pelos "motivos errados".
Perdemos a essência proposta pelos filósofos clássicos, que acreditavam no pleno desenvolvimento através das virtudes, com o propósito da busca pelo bom, o belo e o justo!
Criamos antipatia pela expressão "moral", relacionando-a com a ideia de "moralismo", esquecendo que "vida moral implica em praticar cada uma das ideias que aceitamos como formadoras da ética". Ela é a prática de nossos valores!
Porém, o maior aprendizado desta primeira aula foi uma pequena frase, sobre as virtudes do discípulo, que reproduzo a seguir:
"Há três virtudes básicas que caracterizam o discípulo: Devoção, Investigação e Serviço. Vemos nisso a complexa integração do ser humano em ação. Sua devoção, mediante a fé, o aproxima das verdades necessárias, mas sua vontade de buscar unicamente a verdade obriga-o à investigação. Quando pela investigação conecta-se finalmente ao verdadeiro, põe-se à sua disposição mediante o serviço de seus pensamentos e atos."
De fato, em minha opinião, "você só sabe que realmente aprendeu algo quando passa a ensiná-lo e servir como exemplo do seu conhecimento!" (RGiuliano)
Talvez precisamos mesmo resgatar um pouco dessa devoção, de nos dedicar de verdade à aprender, dando-nos a chance de investigar, de explorar novos pontos de vista e a verdade para, então, colocar nosso conhecimento a serviço de um bem maior.
Pois é, isso é filosofar! Refletir através do diálogo e se propor novas ações!
E isso tudo com apenas duas aulas!!!


RGiuliano,
explorando novas formas de aprender mais!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Por mais propósito nos diálogos...

Nada como um bom e velho bate-papo, entretanto, alguns diálogos em encontros sociais, acadêmicos ou profissionais têm sido, na verdade, muito pouco "proveitosos", ou inspiradores.
Nestas oportunidades, em que encontramos as mais diferentes pessoas, todas fascinantes, sem excessão, com suas histórias e experiências, somos confrontados com dois cenários recorrentes... O primeiro trata desta nova mania de ninguém mais querer "discutir assuntos sérios", como se pensar muito fosse algo ruim, ou que refletir fosse um "trabalho para intelectuais ou filósofos"!
Ok, ok! Compreendo que os desafios diários, a pressão no trabalho e a cobrança sobre nossas complexas relações pessoais e amorosas, às vezes, cansam mente e corpo. Porém, a proposta nunca é discutir a balança comercial, ou as soluções para a política da América... Não!!! Muitos de nós (e eu me incluo nisso) queremos apenas saber qual foi a sua impressão sobre um filme! Qual livro está lendo! O que está achando da vida!? Percepções! Sua visão única do mundo que está a nossa volta! Queremos compartilhar!
O segundo cenário comum está ligado a esta nova "mania" das pessoas em procurar conversar apenas com àqueles que concordam com suas ideias e ideais! As pessoas desejam ter suas opiniões respeitadas, porém, na busca por este "respeito", passaram a dialogar apenas com "seus iguais"!
É certo que pessoas têm opiniões diferentes, porém, é neste embate que reside a maior aprendizagem! Ouvir o outro não implica, necessariamente, em abrir mão de suas convicções, mas reconhecer que existem outros pontos de vista!
Como já dizia Montaigne:
"Não existe conversa mais tediosa do que aquela onde todos concordam."
Desafie-se!!! Busque conhecer pessoas que duvidem daquilo em que você acredita! Não vá armado de argumentos, como se fosse evangelizar, apenas ouça, ofereça sim a sua opinião, mas lembre-se de que ela é sua, pessoal e individual, seu ponto de vista!
Pare de se irritar, ou mesmo de se envergonhar, quando alguém discorda daquilo que você disse, pois a discordância, ou mesmo a crítica, é dirigida à fala, não a você, enquanto pessoa!
Não tenha medo de, de repente, numa conversa, descobrir que você não sabia tanto assim... E que, agora, sai dali com novas convicções, pois somos humanos, não nascemos prontos e estamos sempre a um passo do próximo passo em na construção da obra que é nossa vida!
Bem vindo, sempre, ao nosso próximo passo!

Rafael Giuliano,
refletindo, intervindo, mas com certeza, sempre acreditando que um bate-papo pode nos fazer melhores!

domingo, 6 de maio de 2012

Porque podemos ser muito mais...

Eu sou de uma cultura extremamente popular. Não tenho por hábito citar grandes autores, críticos ou articulistas. Porém, coleciono histórias fantásticas que estão longe de serem piegas ou "comuns".
Leio, sim, mas me interessa, e importa bem mais, o exercício da experimentação. Gosto de "testar" teorias, de vê-las florescer... dar frutos!
Quando leio um bom livro, seja ele técnico ou romanceado, pergunto-me se aquelas ideias, exemplos e lições estarão, de fato, acessíveis a quem realmente importa, ou seja, àqueles que delas precisam.
Muitos escritos, teorias e saberes permanecem aprisionados, reféns de linhas e papel. Não ganham o merecido debate, não participam de diálogos, não se tornam palavra, nem verbo, nem ação.
Por propósito, trago comigo esta missão, de disseminar, realmente popularizar, não apenas conteúdo, mas também diferentes pontos de vista, de maneira a dar às pessoas a chance de crescer, e ao conhecimento a oportunidade de ser conhecido!!!
Todos os dias, conheço pessoas fantásticas, às vezes eruditos, outras vezes experientes ou vividos, porém, todos com seu valor, seu conhecimento e histórias para contar!
Entretanto, tenho visto cada vez menos diálogos de algum valor. Leitores que aprisionam todo seu saber, encerrando-os em si mesmos, sem compartilhá-los! Viajantes e pessoas experientes que guardam apenas na memória o aprendizado de suas andanças e observações.
Anseio por conversas mais entusiastas, em que toda a pessoa se importe em compartilhar, ensinar e aprender, pelo simples exercício do diálogo, de um bom bate-papo! Porque podemos ser hoje muito mais do que fomos ontem, e ainda menos do que podemos ser amanhã!!!
Acredite naquilo que você sabe, vivencie seu conhecimento, dê a ele a oportunidade de se tornar ação, e compartilhe para aprender mais! Isso não é uma regra, mas apenas um convite!!!


Rafael Giuliano,
experimentando, todos os dias, descobrir novos saberes com livros, e muito outros com as pessoas!